sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Periódicas Mudanças Periódicas

Sabe aquela sensação de que você está conseguindo passar por uma fase um pouco conturbada? Bem, hoje acho que estou começando a sentir isso - digo começando pois ainda estou no meio do processo, um momento de reflexão;

Tem horas que você simplesmente espera que o tempo passe e outras que ele pare, entretanto o tempo não pode ser controlado por você. Ele é vivo e segue o seu próprio curso. É meus camaradas, infelizmente aquela vontade de voltar e apagar as burradas que impulsivamente cometemos, não é um argumento muito legal de ser defendido. Ou melhor, a única coisa que podemos fazer para combater arrependimentos, é pensar um pouquinho antes.

O ser humano é pequeno e nós queremos ser os donos da verdade sempre, entretanto tem coisas que fogem às nossas mãos, por exemplo: o tempo e a morte.

- Muitas pessoas tem medo da morte. Eu não.

Embora tenhamos conseguido conquistar poderes que podem modificar a natureza, poderes que nos permitem um avanço de anos-luz. No fim esses poderes se tornam falhos a partir do momento em que usamos deles e conseguimos destruir a nossa própria casa. 



Eu passei por algumas situações interessantes e acabei percebendo que para mudar é preciso começar. Resolvi escrever isso aqui para tentar, aos poucos, fazer um manifesto.  Manifesto este que começa com uma possibilidade de vida nova, de novas oportunidades, de força de vontade, manifesto que aos poucos está tornando-me um pouco mais viva e sinceramente me sentir mais viva é muito gratificante, esplendoroso, dívino.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Queremos sair, mais vamos voltar"

Muitos manifestantes de Berlim Oriental não eram compreendidos pela guarda que patrulha o Muro de Berlim, como mostra o seguinte diálogo, no posto fronteiriço Chekpoint Charlie, entre jovens que queriam atravessar o muro e um sargento.


Sargento: - Não entendo vocês. A vida não está boa aqui? O que vocês vão fazer do outro lado ? Querem desemprego ?
Jovem: - Lá também é Alemanha. Tenho família e alguns amigos que quero visitar. 
Sargento; - Mas é necessário todo este barulho, esta vergonha de gente fugindo ? Porque não esperar a vez de passar, pedindo visto ? É preciso paciência.
Outro jovem: - Paciência ? Conhecemos pessoas que pediram visto há três anos. Muitos desistiram. E para que ter paciência? Temos o direito de viajar livremente. 
Sargento: - Esse direito sempre existiu, mas há problemas. Vocês não entendem.
Jovem - O senhor é que não entende a importância de poder passar, conhecer o outro lado de um país que também é nosso. Queremos sair e vamos voltar . Mas queremos a liberdade de poder fazer isso. É a importância de ser livre.


Esse texto foi retirado do livro '20 textos que fizeram a história.', Folha de São Paulo, janeiro, 1992



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

COISADEQUEMNÃOTEMOQUEFAZERVIU!



Quanto mais eu penso que o povo não vai inventar algo, lá vem a surpresa. Tava assistindo o jornal e de repente vi uma notícia que me fez rir litros... O caso do menino Falcon Heene, - que está sendo conhecido como 'o rapaz do balão' - O povo tem uma sensibilidade pra criar moda e tentar passar a perna nos outros viu.
O mais me deixou assustada é a mentalidade de tal pai, a 'inteligência' de colocar o seu filho para viajar dentro de um balão no céu do Colorado, que experiência hein, eu até pensaria que pudesse ser um disco voador (kkk) ¬¬ . O mais intrigante ainda é que o sensacionalismo barato fez com que a ''idéia de aparecer'' do cara, Richard Heenm, desse certo afinal, o filho estava intacto escondido dentro de casa e os bestas tudo acompanhando e acreditando na idiotisse. ¨¬¬ / COISADEQUEMNÃOTEMOQUEFAZERVIU!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Lendo um texto que a professora de redação passou sobre um documentário que assistimos em sala de aula sobre o caso do 'Ônibus 174' me veio uma análise. Após assisti-lo eu me sensibilizei bastante com o que vi; Quanta falta de sensibilidade, quanta insensatez, quanto descompromisso e falta de cuidado com o próximo. Na verdade, é muito mais fácil sermos cuidadosos com quem conhecemos, com quem amamos, com quem convive conosco diretamente do quem com os estranhos, com os aflitos, com os que passam dificuldades, com os 'inimigos', com aqueles que possivelmente serão os malvados, é muito mais fácil fecharmos os olhos para esse tipo de pessoa, que no final talvez não possam ser considerados como tal.
Culpar o "menino Sandro" pelo crime atroz, talvez tenha sido um dos nossos erros, tentar linchá-lo como fez a população, matá-lo sem ar, enforcado, como os policiais fizeram, que consequentemente sairam impunes da situação por terem aliviado a sociedade de um bandido, possa ser que nos leve a pensar,assim como eu, refletir no outro lado da situação.
Foi mostrado no documentário aqueles que conheciam o menino Sandro, aqueles que conviveram, aqueles que puderam evidenciar uma parte até então desconhecida; Relatar sobre a personalidade, sobre a PESSOA, sobre a imagem que foi construída a partir dos atos e que a situação pôde tornar o Sandro, o vilão Sandro - Vilão este que jamais será esquecido pelos que viveram, pelos que sofreram, para quaisquer outra pessoa que tomou conhecimento do fato, assim como eu nunca esquecerei.
Diariamente, a vida nos mostra que tudo que se faz, se paga. O trabalho realizado pela Polícia Militar no dia 23 de julho de 1993, a impunidade sob a qual estes policiais mataram  na Chacina da Candelária 8 crianças amigas do Sandro, em plena madrugada enquanto dormiam, voltou com força durante o sequestro das meninas do ônibus de 174. O mesmo menino Sandro sobrevivente deste atentado cruel, tornou-se cruel e pagou na mesma moeda. E ele realmente pagou na mesma moeda.
Devo esclarecer que longe de mim estar julgando, defendendo, desmoralizando ou até mesmo endeusando alguém, entretanto contra fatos não se justificam argumentos, este é um problema que não será resolvido fechando os olhos, trancafiando, enjaulando como animais e até fazendo de conta que não existem Sandros espalhados pelo Brasil. É preciso cuidar deles, auxiliar, ouvir, educar, fazer com que esta revolta e esta crueldade interna não cresca e se espalhe pois cada Sandro, cada marginal, antes de ser marginal, é fruto  da falta de cuidado, de carinho, da exclusão, dos maus tratos que se aplicam hoje.